Revolução: o único caminho para uma verdadeira mudança
Por Fernanda Ribeiro
Muito se fala, atualmente, na necessidade de implementação de reformas capazes de modificar aspectos sociais vigentes, como instituições e legislações já existentes. E é aí que entra o reformismo: a crença de que, mudanças aplicadas de maneira gradual e sucessiva seriam capazes de transformar a sociedade.
Contudo, diante da lógica capitalista, responsável por perpetuar relações de produção entre exploradores e explorados (proletários x burgueses, dentro do capitalismo), observa-se que a classe dominante e privilegiada, detentora dos meios de produção (o que inclui matérias primas e instrumentos de produção) goza também de um privilégio não só econômico, mas também ideológico e político em relação à sociedade. Diante desses poderes, nascem as definições, cunhadas por Marx, do que seriam a Infraestrutura e a Superestrutura. A primeira, que compreende o nível econômico, funciona como base para definir o funcionamento de toda a sociedade, e é responsável por definir a Superestrutura, que é composta por elementos políticos, jurídicos e também elementos ideológicos, como a comunicação e o ensino.
Por isso, os burgueses, que além de controlarem o Estado e todo o seu aparato jurídico, fazem uso do seu poder ideológico para garantir a reprodução e perpetuação das relações de exploração do sistema capitalista. Logo, todas as instituições sociais, sem exceção, estão à serviço da ideologia burguesa dominante com o objetivo de assegurar a garantia plena de seus interesses. Diante da distinção entre esses conceitos, podemos perceber que reformas que não tenham como horizonte a superação do capitalismo, mas sim a reformulação de aspectos já existentes dentro deste mesmo sistema, se demonstram, no fim das contas, ineficientes no que diz respeito à superação das desigualdades e mazelas sociais criadas pelo capitalismo.
Ora, a Infraestrutura funciona como um elemento fundamental para o estabelecimento da Superestrutura. Sem ela, ou seja, sem o modo de produção capitalista, a ideologia vigente seria totalmente diferente do que conhecemos hoje. Por isso, sem um fim da Infraestrutura, sem uma completa desestruturação da lógica de produção capitalista, todos os esforços para reformar aspectos já existentes se tornam inúteis. Qualquer mudança, se não acompanhada do fim do capitalismo e das relações sociais de produção desse sistema, tende ao fracasso: não há verdadeira mudança ou progresso que se concretize sem o fim da Infraestrutura, que funciona como a real raiz de todos os problemas.
Logo, o caminho revolucionário, ou seja, a completa ruptura com a lógica de exploração do sistema capitalista, se apresenta como a única forma realmente viável para se alcançar a verdadeira mudança. Ser revolucionário significa romper com o falso idealismo reformista de conciliação e reformulação do sistema capitalista. Significa mobilizar o proletariado para dar fim ao Estado burguês, que como componente da Superestrutura, funciona também à serviço dos exploradores contra a classe trabalhadora.
Sejamos todos revolucionários, pois
“Os trabalhadores devem ter bem claro que nesta luta os exploradores nunca renunciarão voluntariamente aos seus privilégios. Antes pelo contrário, tratarão de conservá-los por todos os meios, mesmo recorrendo às piores artimanhas: o assassinato político, a guerra civil, a invasão imperialista, se forem capazes de o fazer.” - Marta Harnecker e Gabriela Uribe.
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Por Fernanda Ribeiro
Grupo de Estudos Políticos Práxis Revolucionária



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